Neste vídeo, você vai aprender mais sobre a relação entre um guia e um corredor cego.
Este vídeo fecha o último capítulo do programa de corrida: "Guiando Corredores".
Ao criar uma parceria, o guia e o corredor vão mais longe. É isso que você descobre ao conhecer os atletas e guias Paul Corteville de Roncq, Ludovic Plantefeve, Yves Desseaux e Véronique Van-Gansbeke.
Tradução: Deborah Ribeiro
YVES DESSEAUX, CORREDOR CEGO
Comecei a correr com meu guia em 2006, para me preparar e tentar a subida do Mont Blanc.
LUDOVIC PLANTEFEVE, GUIA DE CORREDORES CEGOS
Conheci meu companheiro de corridas com deficiência visual em um evento sobre o trabalho dos cães guia.
Então, decidimos começar a correr juntos.
VERONIQUE VAN-GANSBEKE. CORREDORA CEGA
Quando ainda podia ver, amava correr. Comecei no colégio.
Naquela época praticava corridas de curta distância, mas eu enxergava, é claro.
Quando perdi a visão, meu mundo desmoronou.
Frequentei uma clínica de reeducação funcional em Paris e um dos monitores me animou. Assim, começamos a correr juntos na pista de um estádio.
UMA EXPERIÊNCIA DE CONFIANÇA
Ter uma deficiência visual não traz uma dificuldade concreta na hora de correr.
Basta seguir um bom treinamento e confiar no seu guia.
Eu escuto sua respiração e seus passos; são estes dois parâmetros que dão o entrosamento necessário na hora de correr.
Devemos prestar atenção no terreno e na outra pessoa.
Isso desenvolve outros sentidos que não estamos acostumados a utilizar quando corremos normalmente.
Quando você confia totalmente no guia, sabe que ele vai se preocupar totalmente com você, que ele está atento a um buraco.
O guia está lá realmente para me trazer segurança em conforto na corrida.
ESPORTE EM EQUIPE
Correr é um esporte em equipe. É uma união, é cumplicidade.
É verdade que meu parceiro me presta um serviço ao me permitir correr.
Mas, com o tempo, cria-se uma amizade verdadeira. E ser guia deixa de ser uma obrigação para se tornar um prazer para os dois.
A partilha, a paixão pela corrida e a amizade.
A gente ama esse esporte. Esse amor nos leva de uma corrida a outra, e logo outra, e assim sucessivamente.
SUPERAÇÃO PESSOAL
Correr hoje, implica uma superação de mim mesmo, porque sempre estamos tentando bater nosso próprio recorde.
Para mim, é uma maneira de me expressar, de me sentir uma pessoa completa.
Esquecemos a nossa deficiência visual de maneira automática.
Durante a corrida, outros corredores nos felicitam, nos encorajam, e quando chegamos ao final ficamos felizes.
Felizes por nós mesmos e por nosso companheiro, porque juntos vencemos este desafio.
TORNAR-SE UM GUIA
Criei uma página nas redes sociais, para contar a experiência de um guia de pessoas com deficiência visual, para encorajar outros a fazer a mesma coisa.
É uma experiência maravilhosa, que todos deveriam experimentar, que promove contato humano, reciprocidade, um vinculo muito forte que se estabelece com a pessoa que é o nosso parceiro.
Aconselho aos corredores amadores que tornem-se guias, e às pessoas com deficiência visual, que quebrem suas barreiras.
Não é o fim, mesmo sem visão, sigamos adiante.
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